Dissimulado detonador na mente
Deste antes explosivo coração
Bombeando-lhe, minuciosamente,
amor aplacado, estanque de irrigação

Circula-me hoje pelo pensamento,
em contagem mais e mais descrente,
Ausência ritmada de combatimento
De o deixar bater descompassadamente

Sendo, neste desamparado intelecto,
pária da condição de amar,
Não me pára contudo, insurrecto,
mesmo se rendidamente incompleto,
Este coração de me mandar sonhar

E à minha mente regressa esse assomo,
ainda que em simulacro de detonação,
Implodindo por dentro, em desassombro,
o desamor que quase explodiu meu coração