Acabei de entregar mais cinco minutos da minha vida ao passado
Meramente banais, apenas respirados, repletos de mais nada
Enquanto percorro estas palavras, também elas banais
Que são também, pelo menos literalmente, uma perda de tempo
Outros quantos minutos escorrem-me pelas costas
Engrossando a fileira da história de coisa nenhuma
Desesperando o futuro pela falta marginal de tempo
Escrevo para deixar registo de alguns minutos não apenas respirados
Mas essencialmente refletidos e também, julgo eu, bem pensados
Para quando não tiver boa memória do que fui sendo
Possa, pelo menos, ter viva lembrança do que poderia ter sido
Pois é no presente que melhor se faz e desfaz a história do futuro
O resto é simplesmente passado que se perde, minuto a minuto