(Texto originalmente publicado em 28 de Junho de 2012)
Vou escrevendo despido de pena própria
Agarro o fio das palavras nos lamentos alheios
Esboçando versos pelas omissões que vou colhendo
A minha pena está descarnada de plumas
Foram-se cansando e caindo por não valer a pena
Carregar sentimentos de comiseração
Mas mesmo sem pena continuarei a verter sensações
Ainda que o papel sofra punção pelo aguço da escrita
Esgalhada por simples bico do que foi outrora pena
Não tenho pena própria e espero que de mim outros a não tenham
Mas tenho outras penas que não apenas para escrever
Daquelas que sentem quando outros vão penando
Pelas palavras ditas e refugiadas nos actos tomados
Escondidas pelo receio do encargo e do peso
Tenho pena que assim o seja
Mas as minhas costas têm milhas de fardos
Já não curvam e nem curvarão
Ainda que lhes aponham o pesado peso
De sentir em mim todas as penas dos outros
Vou escrevendo despido de pena própria
Agarro o fio das palavras nos lamentos alheios
Esboçando versos pelas omissões que vou colhendo
A minha pena está descarnada de plumas
Foram-se cansando e caindo por não valer a pena
Carregar sentimentos de comiseração
Mas mesmo sem pena continuarei a verter sensações
Ainda que o papel sofra punção pelo aguço da escrita
Esgalhada por simples bico do que foi outrora pena
Não tenho pena própria e espero que de mim outros a não tenham
Mas tenho outras penas que não apenas para escrever
Daquelas que sentem quando outros vão penando
Pelas palavras ditas e refugiadas nos actos tomados
Escondidas pelo receio do encargo e do peso
Tenho pena que assim o seja
Mas as minhas costas têm milhas de fardos
Já não curvam e nem curvarão
Ainda que lhes aponham o pesado peso
De sentir em mim todas as penas dos outros