Tive outrora um propósito, sentido
Mas já só tenho em mim desamor, sei-me perdido
Obrigo-me a não ter de amar, pelo futuro
Trazendo-me, somente, fechado num eu escuro

Queria saber ser outra cousa, mesmo fingido
Mas de mim faço-me, eterno, esquecido
E enquanto assim me oculto, perduro
Na solidão das paredes deste invisível muro