Por um momento
Imagina o mundo sem guerra
Relembra-te, depois, da tua terra
Onde nasceste, pequenino
Sem conhecer o teu destino
Reencontra-te na alegria
Dos teus pais
Sustenta, se possível
Também
A tua vida nos demais
Nunca te deixes ficar só
A solidão é companhia triste
Nela pouco existe
Apenas a luz do pó

Restabelece perdidos laços
Encontra-te em mil abraços
Faz bem feito o bem
Não te esqueças de ninguém
Não deixes para trás
Nunca
Ninguém
Procura sempre o amor
Não renegues esse doce calor
Dá-o a conhecer aos teus filhos
Nunca o doseies
Não sofras tanto
Não anseies
Serão sempre
Teus filhos
Ainda que um dia
Partam

Ama, namora
Por favor, adora
Não odeies
Nunca o semeies
Fomenta a amizade
Perdoa
Tolera
Por um momento
Os donos da verdade
Sorri ao inimigo
Diz-lhe:
Podes contar comigo
Traz outro contigo
Quero, também
Dele ser amigo

Trabalha com empenho
Faz de ti um mouro
Inconquistado
Mas não guardes tesouro
Faz sim das pessoas
Dos sentimentos
O teu precioso ouro

Por um momento
Imagina tudo isto
Guarda
Tudo isto
Pratica
Tudo isto
A quem não o queira
Declara guerra

Para alegria
De Cristo
Que terá criado
Tudo isto
Assim vais criando
Uma nova terra
Santa
Como se de renascida planta

Nela desenha
Numa simples folha
Uma flor de esperança

Poderá vir a ser um mundo
Mais pequenino
Mas assente em paz
De menino
Em sólida paz de criança