Não sei o que me atormenta, todos os dias enfrento medos irreais. Passa o sol, a chuva, as estações e eu fico imune à luz, à temperatura, como numa vivência incondicionada do espaço envolvente. Com as pessoas acontece um pouco o mesmo, é difícil deixar que entrem no meu espaço, vivo alheio, muitas vezes, da sua condição, e sou levado por sentimentos que tenho mas que não sinto realmente. São sentimentos que se espoletam de forma inadvertida. Vivo alheio, já o disse, mas a minha vida não é de terceiros, é minha, é a minha vida, tenho de melhorar o meu estado de consciência, tenho de aprender a gostar de mim para poder realmente sentir o tempo, gostar dos outros, aperceber-me dos seus estados de alma e intervir, não ser um ser passivo que assiste apenas ao espectáculo, tenho de participar na peça da minha vida. Abra-se o palco, corram-se as cortinas!
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos