"Memórias"
Hoje apetece-me escrever memórias
A falta de lembrança de Luanda
As infinitas vezes em que parti a cabeça
O voar pelos ares na reboleira
O primeiro dia escolar
A timidez, desde sempre a timidez
O rapaz das contas, o da regisconta, aquela máquina destinado a economista
O estudante que não estudava e tinha notas excelentes
A par com um amigo irmão, o Rogério
Mais tarde o choque da mudança de ambiente
A ida para a faculdade saindo da super protecção
A frustração da desistência
O primeiro namoro no Porto, curto e ingénuo
O recomeço da vida académica
O conhecer da mãe dos meus filhos
O fazer a faculdade de enfiada, bom aluno
O primeiro emprego num banco, eu ainda muito verde
O casamento, curso natural de um longo namoro
O primeiro filho, a Beatriz
A mudança de prioridades
Mas ao mesmo tempo o sucesso profissional
A mudança de casa, para o luxo infeliz
O nascimento do segundo filho, o Tiago
Um segundo tesouro
A doença do meu pai, fatal
Prolongadamente fatal e dolorosa
O divórcio, o fim do mundo, sem trabalho
O recomeço com o apoio da minha mãe
A reafirmação enquanto profissional capaz
O trilho do deserto das emoções
O impulso de começar a escrever
A pulsão obsessiva das palavras
Que me levaram a conhecer a Isa, o meu amor
A total entrega extremada, do meu melhor e do meu péssimo
O ficar de novo sozinho, convicto que assim ficarei
A falta de motivação, sem planos futuros
Mas a necessidade de estar e ser pelos meus filhos
Pela minha mãe, pelo Rogério, os demais que amo
Entre tudo isto várias fases depressivas, sou assim
Altos e baixíssimos, branco e preto
Enfim, poucas palavras para tantas histórias
Mas apenas eu sei o quanto de mim deixei e deixo em cada uma delas
Continuarei, não só por palavras, a tentar agarrar o meu futuro
Hei de ser feliz, alias já sou, só não o percebo a maioria das vezes
Venham mais memórias!
A falta de lembrança de Luanda
As infinitas vezes em que parti a cabeça
O voar pelos ares na reboleira
O primeiro dia escolar
A timidez, desde sempre a timidez
O rapaz das contas, o da regisconta, aquela máquina destinado a economista
O estudante que não estudava e tinha notas excelentes
A par com um amigo irmão, o Rogério
Mais tarde o choque da mudança de ambiente
A ida para a faculdade saindo da super protecção
A frustração da desistência
O primeiro namoro no Porto, curto e ingénuo
O recomeço da vida académica
O conhecer da mãe dos meus filhos
O fazer a faculdade de enfiada, bom aluno
O primeiro emprego num banco, eu ainda muito verde
O casamento, curso natural de um longo namoro
O primeiro filho, a Beatriz
A mudança de prioridades
Mas ao mesmo tempo o sucesso profissional
A mudança de casa, para o luxo infeliz
O nascimento do segundo filho, o Tiago
Um segundo tesouro
A doença do meu pai, fatal
Prolongadamente fatal e dolorosa
O divórcio, o fim do mundo, sem trabalho
O recomeço com o apoio da minha mãe
A reafirmação enquanto profissional capaz
O trilho do deserto das emoções
O impulso de começar a escrever
A pulsão obsessiva das palavras
Que me levaram a conhecer a Isa, o meu amor
A total entrega extremada, do meu melhor e do meu péssimo
O ficar de novo sozinho, convicto que assim ficarei
A falta de motivação, sem planos futuros
Mas a necessidade de estar e ser pelos meus filhos
Pela minha mãe, pelo Rogério, os demais que amo
Entre tudo isto várias fases depressivas, sou assim
Altos e baixíssimos, branco e preto
Enfim, poucas palavras para tantas histórias
Mas apenas eu sei o quanto de mim deixei e deixo em cada uma delas
Continuarei, não só por palavras, a tentar agarrar o meu futuro
Hei de ser feliz, alias já sou, só não o percebo a maioria das vezes
Venham mais memórias!