"Nunca Frio"

No frio que a distância impõe
Os lábios falam, mas não se aquecem
Ouvido por ouvido, sem rosto na voz
Os olhos vão calando, porém tudo dizendo
Pelo brilho que se revela na saudade
Nela, sim, se aquecem, e não esquecem
Quando o frio por demais impera
Tremendo o carinho sustido
Pela demora de intensa espera
O calor dos lábios no reencontro
Num olhar de infinita intensidade
Devolve ao frio a certeza
De nunca o ser de verdade