"Procura"

Não quero loas às minhas virtudes
Omitam dos ouvidos meus queixumes
Não desprezem, mas relevem possível arrogância
Apontando meus defeitos com subtileza
Sem omitirem minhas omissões pela ignorância

Deixem-me absorver a crítica na tolerância
Pois sigo convicto, à falta de melhor certeza
Que sou perfeito em remover-me da impureza
Dando-lhe sopro de nova fragância
Virtude de ser imperfeito, sem incerteza

Poderei amargar o reparo que vos peço
Trocado pelo lábio doce do elogio
Mas troco incerteza do que desconheço
Pela humildade de reconhecer que o meu brio
Será, sempre, procurar tornar-me no que me mereço