" E Se Eu Fosse Eu?"

Procurando aceitação distorcia
A génese do ser incutido em mim
Ilusão permanente de desreconhecimento sentia
Julgando negado o que quase sempre era sim

Repressão reiterada do âmago interior
Conduziu a vivência virtual e contida
Pressupondo ser assim melhor
Armadilhei-me em existência irrealmente vivida

Ousei soltar as amarras do espartilho
Não sem deixar de temer dor, porque quase tudo já doeu
Acendi porém o fogo de eterno rastilho
Que faz explodir em cada dia o verdadeiro eu

A dor de temer esvaneceu-se etereamente
Tornando-se prazer em ser eu somente
Agrado, repulso, aproximo e afasto
Mas jamais prenderei, de novo, tão pesado lastro